Ok, isso era comentários sobre episódio, mas não estou em condições. E por não estar em condições significa: refletindo sobre o que acontece no episódio eu fiz uma análise sobre The 100 inteiro, como a série aborda violência, comparação com Jogos Vorazes, e aí racismo e censura LGBT+. Ah, e até teorias. HUAHUHA É uma aventura. Boa leitura. 🙂
Sinceramente, eu tô irritada. MUITO IRRITADA. IRRITADA DEMAIS. IRRITADA QUASE O DIA INTEIRO PROCURANDO ALGUÉM PRA LUTAR.
Desde que eu assisti o episódio s03e04 Watch the Thrones, eu tô numa montanha-russa de emoções. Primeiro foi um vazio sinistro. Sério, em vez da felicidade animada do último episódio, e ansiedade em que eu vivi essa semana, eu só queria ficar em silêncio, deitar na cama e ficar. O fim desse episódio pra mim foi triste, todo ele, até mesmo a cena do ship que era pra deixar surtando, mas não. Eu só queria desaparecer do mundo por alguns segundos.
Tem um post no tumblr que explica isso:
“Vendo o Pike ser eleito depois de 2 temporadas construindo uma aliança”
E acho que foi pior, porque foi só os personagens sofrendo. Teve o memorial de Mount Weather 2, o Jasper ainda lembrando da Maya e até as cinzas do Finn. Todo o sofrimento do Bellamy e as besteiras que levam à escolha do Pike como novo líder. Ver a Lexa e Clarke na torre depois de resolverem o problema com a Ice Nation, sem saber o que está acontecendo lá, e imaginar o exército da Indra parado pra PROTEGER eles e pensar em todas aquelas pessoas mortas…
Sério, sério.
Não dá pra falar de mais nada aqui.
É falta de respeito.
Eu acho que a noção de luto e 1 minuto de silêncio não fazia tanto sentido pra mim até aqui. Talvez eu esteja finalmente criando sentimentos. -n
Ok, não, mas parecia errado.
Você já sentiu isso?
Tem algumas coisas sobre as quais se parecem erradas pra falar, porque você não vai poder respeitar o bastante. Eu já senti isso com algumas histórias. Esse episódio me fez sentir outra vez.
Sério.
E aí é que vem a raiva, porque algumas pessoas estão tipo foda-se meu ship não tá acontecendo o meu personagem fez o que eu não gostei é uma merda hahaha e eu to…
não.
não consigo falar.
A imagem que representa esse episódio:
THE 100 É UMA SÉRIE SOBRE LIDAR COM AS CONSEQUÊNCIAS
eu tenho em algum lugar um rascunho, onde eu falo que The 100 é uma série sobre consequências. Tipo, literalmente. O mundo em que eles vivem é consequência do nosso mundo. O projeto The 100, que dá o nome a série, é resumido por “vamos mandar jovens condenados para a Terra”. Literalmente isso: eles fazem merda, eles sofrem as consequências e são mandados aqui para ter uma nova chance.
Mas não se engane, as merdas ainda não acabaram, as consequências ainda não.
Eu tava pensando que daqui a pouco já tem mais gente morta do que viva (se você for pensar, já tem mesmo, considerando que eles são o que restou da humanidade inteira). Cada personagem já se ferrou de alguma forma e perdeu alguém. Isso DURANTE a série, porque a maioria deles já vêm com histórias trágicas antes do começo – Raven é abandonada pela mãe, tem a família do Murphy, o pai da Clarke e…
Bellamy se bobear nunca conheceu o pai. Viu a irmã mais nova viver presa em um cubículo sem a menor esperança de um dia ter uma vida normal, e na única vez que Bellamy faz algo por ela, ele destrói toda a sua família.
A mãe dele é executada.
A irmã é presa pra esperar até os 18 anos, quando vai ser executada (wow).
Ele… além de sofrer com as consequências de ter causado isso, sua única perspectiva de vida passa a ser limpar o chão até morrer.
É cruel.
E a série nem tinha começado.
Reflexão: A Arca é uma espécie de prisão espacial para qual a “humanidade” foi condenada depois do que aconteceu aqui.
Agora estamos na 3ª temporada, e essas consequências que eles encaram apenas se acumulam. Tudo isso em um período de três fucking meses.
Mas não vamos tão longe.
EM TODO LUGAR NÓS APRENDEMOS A ACEITAR A VIOLÊNCIA, MAS NÃO EM THE 100
Eu fico pensando que The 100 é brutal, mas não é só brutal porque mostra 500 pessoas morrendo a cada episódio (apesar de que isso é uma razão). Preciso repetir esse gif, porque essa gente não precisava morrer:
Também teve isso na S1, entre muitos outros ao recorrer da série:
Mas sério, quantas pessoas morrendo assim a gente não vê em filmes e séries por aí?
Quantas pessoas não morreram com o ataque do Ultron no último Vingadores? Quantas pessoas não morreram quando Zod e o Super-Homem batalharam pela cidade no último Homem de Aço? Aliás, no último filme do Star Wars mesmo, morreu mais gente que em três temporadas de The 100.
O filme é genocídio e assassinato em massa atrás de assassinato em massa.
(não dou nenhum spoiler, acho que ler essa parte mesmo sem conhecer Star Wars é importante pra entender o que eu vou falar sobre The 100)
Não sei se você lembra (e é fácil esquecer), mas O Despertar da Força começa com uma vila inteira sendo massacrada, bem no estilo do que o Finn (The 100) fez, e aí os heróis Rey, Finn e Han enfrentam duas gangues que são devoradas por uns monstros, aí os vilões usam a super-arma pra aniquilar planetas (ou países?) inteiros que apoiavam a Resistência e depois invadem o castelinho do mato que a Rey está e mais um monte de gente morre (se não todos). Logo em seguida eles ameaçam exterminar a última base da Resistência – wow, AGORA o perigo real chegou, porque é onde uma personagem principal está. Mas é claro que os heróis conseguem salvar o dia! E eles conseguem isso fazendo um outro planeta inteiro explodir.
Tudo bem que parecia um planeta vazio, só tinha uma enorme base dos Vilões, e que a maioria é de stormtroopers (soldados clones)… mas… o nosso herói Finn (Star Wars) não é exatamente um ex-stormtrooper? É ok todos os outros morrerem?
Aliás, a ideia de stormtrooper é interessante, porque eles são basicamente soldados sem rosto feitos para morrer. A máscara é mesmo a principal forma de desumanização dos vilões. Até os Caras do Mal principais, quanto mais eles se aproximam do lado “mal”, menos o reconhecemos como humanos (por causa de máscaras e deformações), e aí fica muito mais fácil matar.
Eu não sei como os outros filmes de Star Wars desenvolvem isso, mas em O Despertar da Força nós assistimos genocídios sem nem reparar.
Nós assistimos violência o tempo inteiro sem sentir.
Isso só em um filme sobre a jornada do herói bonzinho do lado bom. :)))
Então por que The 100 parece brutal?
Eu já falei a resposta: consequências.
A gente brinca sobre a quantidade de pessoas mortas, mas a série o tempo inteiro está desenvolvendo o quão louco isso é.
Pensa só a jornada do Jasper:
Ele leva uma lança no peito, que faz ele ter TEPT e morrer de medo dos grounders, o que faz ele dar os tiros durante o acordo da paz com Anya, que leva a uma guerra entre grounders e os 100, e aí ele vai parar em Mount Weather, onde está 100% protegido. Imagina quão maravilhoso pra ele devia ser? Comida, roupa limpa, banho e dormir a noite sem saber que alguém poderia colocar uma faca no seu pescoço. E por isso ele não quer acreditar na Clarke. E ele se dá bem com a Maya e, da mesma maneira que a Octavia se encontra entre os grounders, o Jasper se encontra ali naquele ambiente superprotegido. Só para descobrir que está em risco outra vez. E absolutamente todo mundo morrer, até a garota que ele gostava, e ele se ver de volta do lado de fora cercado por Grounders e grrrrr…… Jasper é uma panela de pressão que explodiu.
(Isso só o Jasper, nesse momento em The 100 só tem personagem surtado.)
Repara como uma coisa leva a outra e os escritores não esquecem de nada. Wells foi citado nessa temporada, Finn fez uma aparição surpresa. O primeiro conflito da Clarke, que é aprender a perdoar (hey, ela foi presa porque foi “traída” pela própria mãe), continua sendo desenvolvido nessa temporada. Nesse episódio.
Meu post sobre a season finale da 2ª temporada é um resumo basicamente disso. Lá eu comparo o míssil em TonDC com as mortes em Mount Weather, mostrando como os escritores constroem o significado desse momento.
Clarke matou 300 pessoas na finale da primeira temporada, na finale da segunda ela matou umas 300 mais E AÍ DE REPENTE PARECE ALGO HORRÍVEL OOOH. Mas através da S2 nós fomos ensinados o significado disso. Aprendemos o que está em jogo ali. Nós vimos Maya, nós vimos as crianças, nós vimos as pessoas que ajudaram e outros só vivendo a própria vida.
Isso é importante sobre The 100: sem máscaras aqui.
Nós começamos a reconhece-los como pessoas. Como iguais.
E aí não é mais a questão de 300 GUERREIROS SINISTROS ESTÃO VINDO PELO MATO ARRANCAR NOSSAS CABEÇAS USANDO OS DENTES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
É um soldado amigo que está ali para nos proteger e têm suas vidas e histórias e cultura e é o povo da Indra, POR QUE SEMPRE O POVO DA INDRA?
Eu acho interessante é que ninguém na primeira temporada (inclusive eu), pensou que a bomba que a Raven colocou na ponte era algo ruim. Ninguém olhou pra ela como tá olhando pra o Pike ou o Bellamy agora. Eu assisti DESESPERADA REZANDO PRA RAVEN CONSEGUIR enquanto ela lutava contra os efeitos da doença pra armar a bomba. (e logo em seguida a série ainda mostrou uma garotinha que foi ferida com isso)
Por que ali podia e agora não?
Por que ali é ok e agora é “mal escrito”?
Eu acho que, muitas vezes assistindo, a gente quer se prender a ideia de que os nossos protagonistas são heróis.
Mas aqui eles não são.
Isso não é nem uma novidade, isso é uma realidade desde a S1, a diferença agora é que nós estamos aprendendo a reconhecer isso.
Apesar de não gostar, e esperar que eles desenvolvam algo mais, eu acho que por isso é importante a narrativa do Bellamy.
Eu acho importante porque ele está fazendo EXATAMENTE O QUE ELES SEMPRE FIZERAM.
“I have always done what’s best for us. I need you to trust I’m doing that now.” – Bellamy
Qual é a diferença agora?
A diferença é que nós aprendemos que é errado.
A diferença é que eles nos mostraram a parceria entre Indra e Kane. Indra, aquela que nem queria ouvir a Clarke (parecida com o Pike?), que achava que morte a 1000 facadas para o Finn era pouco. A Indra que teve uma conversa cara a cara com a Abby e recusou os pedidos dela de paz. Essa mesma Indra está ali agora sorrindo e usando seu exército para proteger o Skaikru.
A diferença é que agora a gente viu que Lexa passa os dias dando aulas pra criancinhas e sabe quando poupar uma vida (aliás, isso vale um comentário a parte) e que arriscou a própria vida porque não quis matar a Clarke.
E isso é só o 3º episódio, acho que ainda vamos aprender mais.
A diferença é que agora nós não vemos mais os grounders como o Mascarado do Mal que você pode matar sem peso na consciência.
Só que todos os personagens sabem disso?
Não.
Pike ainda tá lá na fase da S1.
Bellamy é um caso diferente, e eu fiz uma análise dele toda aqui, mas as pessoas falam como se ele já começasse o episódio matando um exército. A série mostra ele passando por confusão, negando o Pike, e até na preview do próximo episódio ele ainda tá questionando.
Ok, eles poderiam fazer uma transição mais lenta e colocar a gente por dentro da perspectiva dele?
Sim.
Mas isso é a trama da S1, e estamos na S3.
Uma temporada que começa com o título: Wanheda.
Commander da Morte.
“Now I am become Death, the destroyer of worlds.” Clarke fala para o Bellamy na S1.
Eu acho interessante que normalmente quando o herói salva o dia, você aplaude. Bellamy queria até tomar uma bebida depois de Mount Weather. Pensa nos Vingadores se juntando em um restaurantezinho depois da Batalha de Nova York. Bellamy teria topado com certeza!
Isso é o fim de toda história de herói. Ele salva o dia, não importa o custo, e é recompensado com um troféu (normalmente a garota) e uma bebida.
Só que em The 100 não.
Eles não escolheram esse caminho, justamente porque a S2 foi toda sobre refletir que essas merdas não são legais. Que, tudo bem, pode salvar vidas, mas o custo da violência você vai carregar pra sempre nas suas costas.
Essa é a consequência.
Considerando a quantidade de heróis de consciência limpa que nós temos por aí, essa é uma narrativa que nós precisamos. Jogos Vorazes faz isso, mas por censura e tempo não consegue expor na mesma maneira ampla que The 100 está alcançando. Em outras palavras, Jogos Vorazes é o manual e The 100 é onde você faz o trabalho de campo pra discutir violência e guerra.
Enfim, então na S3 nós vemos um novo aspecto dessa temática.
Nós vemos a Clarke assumir essa máscara de morte. Assumir que tudo o que ela fez é errado. Assumir que, na verdade, ela é a pessoa babaca.
E essa temática é expandida para o Sky People. Já até tá dando vontade de jogar uma bomba ali em cima de Arkadia (tira a Raven e o Monty antes pf).
S1: somos os heróis!
S2: não existem vilões, cada um faz o melhor pra o próprio povo!
S3: epa… e se nós somos os vilões?
Eu acho isso maravilhoso, porque essa é uma das primeiras vezes que eu vejo uma narrativa que faz paralelo com a história da colonização (sky people colonizador euroupeu – THIS IS OUR LAND NOW – e os grounders os povos nativos da américa), onde o colonizador é mostrado como o vilão e o impacto dessa invasão é discutida. Aliás, mais do que isso, nessa temporada eles estão fazendo os protagonistas (Sky People) assumirem a carapuça de muita coisa, tipo a xenofobia que existe nos EUA.
É comum esses assuntos serem discutidos, mas não de uma perspectiva da minoria. The 100 principalmente na S1 não fazia isso, assumia a perspectiva racista de “grr eles são selvagens burros violentos inferiores”. Na S2 eles discutem isso melhor, colocando Mount Weather que tem uma perspectiva racista explícita dos grounders e fazendo o Sky People aprender mais sobre os Grounders (“Polis vai mudar o jeito que você vê a gente”). E na S3 o jogo está virando completamente.
Pessoalmente, eu não acho que foi objetivo dos escritores mostrar grounders como “inferiores”, desde a primeira temporada eles usam essa visão preconceituosa que nós temos (e o Sky People também) contra os heróis, tipo quando eles assumem que o Lincoln não fala a língua deles. Mas é súbito e ainda permite reforçar esses estereótipos. Até a S3, que tem virado o jogo.
Além disso, na S3 nós também temos paralelo com a islamofobia que tem surgido com esses ataques terroristas.
Sério, o que é a explosão de Mount Weather se não um ataque terrorista?
Azgeda (um clã) (mais extremista) faz um atentado terrorista na montanha, e o Pike/Bellamy culpam todos os Grounders por isso.
E não só isso, eu vi pessoas que assistem a série comentarem o fato como se aquilo tivesse sido causado pelos GROUNDERS e o Bellamy está certo de ficar irritado com os GROUNDERS.
O Lincoln levar uma pedrada na cabeça é literalmente o caso do garotinho muçulmano nos EUA que levou um relógio que ele montou pra escola e foi denunciado pra polícia porque acharam que é uma bomba. Curiosidade: um professor que fez isso. E Pike é um professor.
Na vida real, contado em uma notícia, parece um absurdo reagir assim. Mas aí você vê a pessoa falando da série e usando a mesma mentalidade.
O próximo passo é o que? Falar que a Lexa tá começando a ditadura gay?
Oh, não. As pessoas já fazem isso. Mas não vamos chegar lá, não ainda.
Então eu acho que é do interesse dos escritores mostrar o Skaikru como mal, e o Bellamy fazendo isso. E se a reação de algumas pessoas à Lexa depois da segunda temporada, ou agora sobre o que a série está fazendo com o Bellamy, prova alguma coisa, é que às vezes as pessoas são bem idiotas por causa do ódio cego.
a capacidade das pessoas de falar merda é fenomenal
As pessoas não param pra refletir sobre os acontecimentos da série e já condenam tudo – e talvez você não saiba do que eu to falando, se você fica fora de certas discussões de fandom, mas algumas pessoas parecem que estão assistindo OUTRA SÉRIE TOTALMENTE, tanto que eu fico até me questionando se eu entendi certo. Eu normalmente deixo as pessoas falarem o que quiserem, espero pra ver o que vai acontecer (vai que a pessoa tá certa??), mas TÁ DEMAIS.
AS PESSOAS TIRAM FATOS DO RABO PRA INVENTAR UMAS LÓGICAS MALUCAS!!!!
*respira fundo*
E verdade seja dita, não dá pra saber se elas estão erradas até a temporada acabar. A solução é só sentar, assistir a série e ver como eles vão desenvolver a história. Lembra quando a gente começou a série achando o Kane o Típico Vilão Chato Snape Peruano, ou o Murphy? O MURPHY????? EU QUASE QUEBREI MINHA CASA INTEIRA QUANDO ESSE FDP VOLTOU PELA 92389238ª VEZ. E agora ele tem as minhas falas preferidas. Eu não duvido nada que até o fim da temporada eles façam a gente amar o Pike. Não acredito que vá acontecer, mas acho que eles têm esse poder.
Então eu vou ficar aqui, amarrar meus cintos e torcer pra terminar isso viva.
Enfim, The 100 é uma série sobre consequências e esse episódio congelou o meu coração. (piada ruim mesmo)
Agora vamos falar do episódio? Talvez.
A MORTE DA RAINHA
Sério, eu fiquei triste até com a morte da Rainha de Gelo. O que, aliás, foi inesperado pra mim. Desde que saiu o trailer tenho participado de teorias sobre no que a Lexa estaria jogando aquela lança. Minha conclusão é que ela estaria Katnizando (sabe, Katniss Everdeen? Jogando a flecha na maçã na boca do porco? THANK YOU FOR YOUR CONSIDERATION?), seria o jeito da Lexa dizer FUCK YOU pra Rainha do Gelo e todas as recalcadas que não acreditaram que ela venceria a luta.
Mas imaginar que ela MATARIA a Rainha? Jamais.
.___. parem de se matar pf
E é por isso que eu adoro (e morro de medo) de The 100, eles não têm medo de ir lá. A Rainha do Gelo é uma personagem sendo construída há um tempão, com uma antecipação quase igual à da Commander, e ela tinha tudo pra ser a Vilãzinha que vai te encher o saco até o final da temporada. E aí eles introduzem ela em um episódio pra matar no seguinte.
Wow.
Alguém achava que isso ia acontecer? Sério, alguém? Por isso é surpreendente.
E mais:
Isso mostra que Lexa não é Katniss Everdeen refém de um jogo cruel do governo, ELA É O GOVERNO.
Sério, ela literalmente faz as regras ali. A própria Rainha do Gelo disse. HUAHAUHAUHA
Mas ao mesmo tempo, Lexa é de certo modo refém de um jogo político e de aparências no meio de uma guerra, bem estilo Katniss mesmo, e ela sabe jogar com seu público.
Se Lexa pudesse fazer o que quisesse, seria bem: OK, TODO MUNDO QUIETO, VAMOS VIVER EM PAZ ENQUANTO EU TENHO UMA VIDA FELIZ COM A CLARKE.
AGORA VAMOS DISCUTIR COM AS MILEY CYRUS DE PLANTÃO
Minha explosão de início desse texto foi, inclusive, com alguém que falou que a série estragou pra virar fanservice. (fanservice: faz as coisas que os fãs querem, tem uma denotação pejorativa porque é tipo, “vamos colocar essa pessoa fazendo isso desnecessariamente só pra agradar e atrair”).
OLHA AQUI AMORZINHO
*puxa a cadeira e senta*
você não tem ideia do que você tá falando. e você tá sendo o Típico Babaca Privilegiado.
sério, porque ninguém veio me falar que AQUELA CENA NA S1 DO BELLAMY SEM CAMISA COM 2 MULHERES PENDURADAS NO PESCOÇO ERA FANSERVICE. CLARKE E FINN FAZENDO SEXO DE PRIMEIRA NA S1 OK. RAVEN E BELLAMY (RAVEN E BELLAMY!!!!) FAZENDO SEXO DE PRIMEIRA É OK.
ATÉ MESMO OCTAVIA FAZENDO SEXO NO MATO COM UM DESCONHECIDO (E QUE APARENTA SER MAIS VELHO) PARECE ESTAR OK.
AÍ VEM ESSAS MENINAS QUE TROCARAM UM BEIJO 50 EPISÓDIOS ATRÁS E TÃO QUASE CAUSANDO UMA GUERRA PRA PODER TOCAR UMA NA MÃO DA OUTRA
E VOCÊ ME DIZ QUE ISSO É FANSERVICE
FANSERVICE SERIA SE METADE DO EPISÓDIO FOSSE ELAS NA CAMA FAZENDO SEXO
E AINDA SERIA UM FANSERVICE VÁLIDO PORQUE A GENTE NÃO TEM UM FUCKING CASAL DE MESMO GÊNERO RECEBENDO UM TRATAMENTO ASSIM EM LUGAR NENHUM
SÉRIO
Essa semana o Jason (principal escritor/criador da série) tweetando durante o episódio comentou na cena da batalha:
“Nada como ter a sua garota torcendo por você nas arquibancadas”. (falando da Clarke, óbvio)
E as fãs, aquelas fãs que estão há um ano sonhando com esse casal sem nem saber se a personagem da Lexa voltaria nessa temporada, ficaram tipo WOOW, ELE FALOU COMO SE ELAS FOSSEM UM CASAL ROMÂNTICO REAL.
VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE É ISSO?
TEM NOÇÃO?
O simples fato do escritor da série reconhecer que elas gostam uma da outra como algo normal é grandioso.
SENDO QUE É CANON. É REAL. A ÚNICA COISA QUE NÃO É REAL É A CLARKE NÃO TER ARRANCADO A ROUPA DA LEXA ALI MESMO
Eu tive um pequeno choque quando vi o pessoal deslumbrado.
Ou você tem noção do que é isso, ou você não tem.
Eu só aprendi há pouco tempo, e eu estou em choque com quanta gente tem seus “romances” marginalizados. Eles tem um termo pra isso: queerbait. É tipo quando a série dá a entender que tem alguma coisinha pra “satisfazer” os fãs, mas continuam sempre com o Casal Hétero Principal. Tipo, tudo o que as pessoas têm como “romântico” é um esbarrão de mãos numa cena ao acaso.
Aí as pessoas dizem “ah, mas tem gente que vê gay em tudo!”
Não. É exatamente ao contrário. As pessoas não veem em lugar nenhum. Elas precisam buscar em um olhar um pouco longo demais porque aí, TALVEZ, elas acreditam que sua existência é real.
Sua existência: dá pessoa LGBT+ que tá assistindo. Uma representação numa série é uma como uma licença silenciosa de “você pode existir”. Cada vez que existe uma censura nos toques ou beijo ou até de reconhecer que um casal pode ter uma relação romântica real, o que a série tá fazendo é dizer “você não pode ser assim”, “você não pode mostrar isso pra o mundo”, “você não é real”.
Eu não vou começar nem a dizer a filha da putagem que casais LGBT+ sofrem, eu vou dizer um dia, mas não hoje. Em The 100 deve ser um dos primeiros casais decentes que a gente recebe (OITNB fica pra outro dia) e já tá todo mundo com a contagem regressiva ligada esperando o momento que vai acabar. Acredite em mim, ninguém acredita mais na morte da Lexa do que as pessoas que gostam dela.
Personagem mulher, lésbica… se fosse negra já tava morta.
E se você pensar pelos parâmetros de normalidade, isso é INSANO.
Clarke e Lexa se beijaram (são canon – CANON) e tiveram basicamente um episódio inteiro dedicado a quanto elas se importam uma com a outra, tudo isso misturado em política, porque DEUS ME LIVRE UMA HISTÓRIA SÓ SOBRE DUAS MULHERES QUERENDO FICAR JUNTAS SEM UMA CAUSA NOBRE PARA A HUMANIDADE. Enquanto isso, as pessoas estão 100% ok com a ideia do Bellamy jogar tudo pra o alto pra salvar a Clarke do Roan sem a menor razão a não ser SEU AMOR LOUCO POR ELA. (isso faz sentido, claro) (o homem tem o privilégio de ser perdoado se jogar suas responsabilidades pra o alto pra ser o herói) (isso não seria fanservice, claro que não…) . E mesmo com a história estabelecendo que elas estão apaixonadas, os atores e escritores confirmando aos 4 ventos, ainda é difícil acreditar que tá acontecendo de verdade.
E no primeiro episódio em que a Clarke faz sexo com a Niylah?
(uma cena estrategicamente colocada, porque as pessoas se recusavam a acreditar ma bissexualidade da Clarke apesar dela ter beijado uma garota) (e ainda tem explicação no contexto)
Meu pai literalmente falou: que apelação.
Meu pai, o mesmo que assistiu o último filme do 007 comigo, em que James Bond começa o filme com uma mulher pra afirmar seu Papel de Pegador, e no meio dá uma prensa em uma viúva aleatória na parede só porque ele pode e ainda termina com a mocinha, porque… por que não, né?
Um conselho: Se você tem algum problema com toda a trama Clexa em The 100, você tá sendo homofóbico, você tá sendo heteronormativo, você tá falando merda.
Porque não tá acontecendo nada que casais héteros recebam o tempo inteiro e todo mundo aceita como normal. Na verdade, tá acontecendo menos.
E eu sei que é difícil acreditar. A cena da camisolinha vazou na noite anterior e eu fiquei WHAAAAAAAAAAAAAAAAT.
Se fosse fanservice de verdade iam pelo menos colocar a Clarke com uma roupa bonita mesmo. E eles sempre dão destaque pra os decotes da Clarke, nessa cena não.
A gente (fãs) tinha brincado que ia rolar uma festa do pijama depois da batalha, mas ninguém esperava que ia ser real e IA SER DAQUELE JEITO. Eu fiquei “jesus, quem é que fez isso? por que eles estão sendo tão bons? eles estão… exagerando?” E aí depois de pegar meu queixo no chão eu parei pra pensar e, peraí, isso não tá nem no nível de NORMAL. Isso ainda tá abaixo da média.
Primeiro, que a cena é 90% subtexto. Ou seja: não fala explicitamente. Que deus me livre gente gay se tocando em cena, né? Tipo, isso é totalmente censura LGBT+. Qualquer casal hétero ali teria feito sexo. Mas pera, voltando ao subtexto.
The 100 fala MUITO através de figurino, e até agora na relação Clexa mais ainda. (aliás, não relacionado, mas reparem como Ontari e a Lexa estão usando o mesmo tipo de renda gótica nesse episódio, deve ser ser moda Nightblood) Você vê que quando a relação é profissional Commander vs. Wanheda elas usam mais maquiagem/armadura, e isso entra em paralelo com cenas Lexa vs. Clarke onde elas estão usando roupas mais “causais”. As duas estarem na mesma cena usando aquelas… sei lá o nome daquilo, camisola sexy.
Aquilo no mundo censurado LGBT+ é traduzido em: sexo voraz.
ALIÁS, fui confirmar sobre o decote da Clarke, e reparei que nessas cenas dela em Polis (e de Wanheda) ela tá usando umas roupas muuuito mais fechadas, que eu acho que seja uma forma de representar a “armadura” emocional que ela tá vestindo. Eles literalmente nessa cena escolheram roupas que simbolizam quem elas são e o estado da relação delas. A da Lexa é muito mais exposta, e ela tem sido muito mais vulnerável pra Clarke. (a cena que a Clarke tá com menos roupa é a dela se ajoelhando – sendo vulnerável) E talvez aquelas tatuagens das costas da Lexa tenham significado, então eles precisavam mostrar isso. TIPO, É LITERALMENTE UMA MERDA INSTRUMENTAL. SE VOCÊ É LGBT+ VOCÊ NÃO TEM NEM A CHANCE DE FAZER SEXO SÓ POR FAZER. ATÉ MESMO O SEXO DA CLARKE COM A NIYLAH PRECISA DE UMA ENORME EXPLICAÇÃO POR TRÁS. E O BELLAMY SEM CAMISA BEIJANDO AQUELAS GAROTAS NA S1? NAAAH. OK.
A GENTE NÃO SABE NEM QUEM ESSAS GAROTAS SÃO. JÁ DEVEM ESTAR MORTAS.
Continuando…
Meu irmão quando a Lexa apareceu no quarto da Clarke: ih, vai rolar sexo. Não rolou. Pessoas LGBT+ não tem esses luxos de fazer sexo só porque querem.
Então, hey, a cena já não aconteceu explicitamente como aconteceria para os padrões de normalidade de um casal hétero.
E pra completar, qualquer pessoa com meio cérebro consegue ver que dava pra acontecer sexo ali e os escritores seguraram a mão. O nível de construção de relacionamento delas já permite. Pf, assista aquela cena, a única coisa que impediu de ter sexo ali foi a Heteronormatividade.
E ainda assim até alguém com Lentes-Hétero consegue enxergar que a relação romântica delas tá acima do comum. Acima do que você espera de um casal de mesmo gênero na televisão (até porque, é canon, e isso por si só é acima da norma). A tal ponto que é considerado fanservice.
Mas não se engane.
Não é.
Não chega nem perto.
Agora vou falar uma palavra: entitlement. Entitlement é tipo a noção de que você tem direito a algo, mas que não tem necessariamente. Por exemplo, um cara achar que só porque pagou uma bebida pra mulher ela tem que ser educada e fazer sexo com ele, a tal ponto que ele fica IRRITADO e acha que foi INJUSTIÇADO pela mulher não fazer. Isso é entitlement. (friendzone é um exemplo clássico de entitlement)
O que tá acontecendo aqui é um caso clássico de entitlement. As pessoas acham que tem o DIREITO de ter uma relação em que o Homem Principal fica com a Garota Principal, e se sentem INJUSTIÇADAS quando Clarke fica com a Lexa. Elas estão tããão acostumadas a histórias feitas exatamente pra elas, que elas ficam malucas quando não acontece o que elas querem.
E aí por consequência eu fico MALUCA TAMBÉM, porque JESUS VOCÊ NÃO TÁ PERCEBENDO A INJUSTIÇA, VOCÊ NÃO TÁ PERCEBENDO A IRONIA DE TUDO O QUE VOCÊ TÁ FALANDO, VOCÊ NÃO TÁ PERCEBENDO QUE VOCÊ É EXATAMENTE O TIPO DE PESSOA QUE TORNA HOMOFOBIA UMA REALIDADE. E a parte mais frustrante é que The 100 é uma série que trata muito de perspectivas, a gente constantemente vê mesma situações de novos ângulos, nós somos levados a ficar do lado do “cara mal”, a repensar as ações do herói, e no fim do dia me vem o ser humano e volta praquela mesma visão simplista baseada em ódio
e eu fico mais perdida na vida que o Bellamy.
E pra completar (mentira, ainda tem uns pensamentos gerais no fundo), vou dizer que as pessoas ficam dizendo que os escritores estão sendo racistas por causa do Bellamy (dizendo que ele tá sendo rebaixado a Cara Mal), mas se importam tanto com racismo, que não comentaram que nesse episódio 4 teve:
1- Momento MARAVILHOSO do Monty dando um fora no Jasper e deixando de ser sidekick. Isso é um momento muito muito importante pra representatividade étnica, porque um dos problemas é que sempre vemos o melhor amigo negro (ou asiático, no caso) que tá ali só pra ser saco de pancada, e nessa temporada Monty não só tá ganhando mais espaço como REAGIU.
2- Lincoln sendo o clássico Cara Bonzinho.
3- Kane também é o Cara Bonzinho.
4- A Indra também tá passando a ser vista como a Pessoa Do Bem.
5- Além disso, que eles estão revertendo a temática racista do colonizador bonzinho vs. nativo selvagem, que é um dos aspectos mais racistas da série
Mas isso é justamente o que me irrita: as pessoas recortam os fatos que interessam pra poder criticar. Elas não estão preocupadas de verdade com o racismo ou representatividade ou até mesmo com qualidade de escrita. E ISSO É PIOR AINDA.
Agora pra terminar, pensamentos aleatórios sobre o episódio:
– Bellamy quando fala da Gina no memorial diz “Gina was real. She always saw the light, even here.” Isso não só bate com a minha análise do Bellamy que mostra que ele buscava nela uma espécie de “bússola” (e, sinceramente, a relação deles foi mal desenvolvida mesmo). Mas o que importa aqui é que reassistindo o episódio… parece algo estranho pra falar. Dá vontade de dizer “era melhor ficar calado se era pra falar isso, Bellamy”. Mas… e se isso tem a ver com algo no futuro envolvendo a City of Lights?
Gina was real. /// real… REAL? em relação a uma realidade virtual? Algumas das teorias indicam que conexões humanas REAIS vão ser importantes pra vencer a ALIE.
She always saw the light. /// Algumas pessoas apontaram a possível simbologia de “luz” na temporada. Já começa com City of Lights, e no alto da torre de Polis tem aquela chama e o Titus usa uma pintura de chama na cabeça.
Não tô dizendo que a Gina vá voltar, não (eu espero, pq wtf), mas que eles podem ter usado as palavras propositalmente e isso no futuro vai guiar o Bellamy. A trama dele nessa temporada parece estar voltada pra não ter noção dos limites ou divisão de certo/errado, e de ficar vulnerável a referências – tanto o Pike, como a própria Clarke (chega de Bellamy precisando da Clarke pra saber o que fazer!!!). E acho que nessa temporada ele tem espaço pra se desenvolver em termos de aprender a encontrar o próprio caminho sozinho (fim da segunda temporada de korra, alguém??) e também acho que o amor entre irmãos vai ser a arma aqui.
Enfim, achei isso suspeito e interessante. Estou ansiosa pra ver onde vai dar.
– A parada do sangue preto já tava toda desvendada antes do episódio, agora resta esperar pra ver onde isso vai dar e o que tem a ver com a ALIE. A teoria da Commander ser uma “tecnologia” anti-ALIE só ganha mais força. (“Isso vem desde a primeira Commander”) Será que a Becca/aqueles cientistas desenvolveram algo que altera o sangue humano e impede o controle da ALIE?
– Quero colocar aqui que estou com saudade da Clarke e do clima das temporadas antigas. Que nem alguém falou: tem certeza de que a Alycia Debnam-Carey (Lexa) é só uma atriz convidada e não a protagonista? (e caso você não saiba: ela é só uma atriz convidada, ela não faz parte do elenco… HAUHAUHAUHA) (mas por outro lado o Cage também ganhou um protagonismo na S2, e eu temo que seja o caso aqui: Lexa é só um instrumento na trama da ALIE) (*o medo dela morrer ressurge*). De qualquer modo, MAIS CLARKE E OS 100 PF??
– Sabedoria. Compaixão. Força.
– Jasper, Monty e Octavia se encontram no início do episódio. Jasper representa Mount Weather, Monty o Sky People e Octavia os Grounders. 🙂
– Harper, Monroe, Miller e o namorado dele!!!!
– Tem um paralelo interessante sobre esse 4º episódio e o 3º, porque no último nós vemos Lexa e Clarke receberem a mesma opção: mate ela e os seus problemas acabam. E as duas negam, o que causa as merdas que nos levam para o ep 4. E aí elas recebem novamente uma “opção”: mate a rainha de gelo pra acabar com os problemas. E AÍ AS DUAS TENTAM MATAR. Falaram que o ep 4 era a vez que a Clarke se declarava pra Lexa, e é. Porque esse episódio estabelece que ela não deixou de matar a Lexa só por “matar é ruim, meu povo precisa de você”. Ela não matou a Lexa, porque… é a Lexa. E dessa vez ela tenta matar a Rainha de Gelo por MEDO DA LEXA MORRER. (tem toda a camada do que é melhor pra o próprio povo também, mas tem uma cena explícita que mostra que não é só isso) (aquela que a Clarke tá com sangue preto na cara)
Além disso, OUTRO PARALELO INTERESSANTE: Clarke e Bellamy nesse episódio tentam fazer A MESMA COISA! Clarke tenta matar a Rainha de Gelo por medo do que pode acontecer com a Lexa, mesmo que isso seja um passe muito idiota e levasse a uma guerra e com certeza a Ontari arrancava a cabeça dela ali mesmo. Bellamy tenta atacar os exército da Indra por medo de que eles estão mentindo mesmo que isso possa levar a uma guerra ou ele ser acusado de traição.
Por que só o Bellamy parece tão errado?
Essa é a pergunta que torna The 100 tão interessante.
Não to com energia mais pra nada, MAS
Acho legal lembrar que tuuuuudo isso tá conectado na narrativa da ALIE. E eu acho que a demonstração de narrativas como a do Pike, onde ele tá sendo um completo babaca e se deixando levar por ódio, são o tipo de coisa que explica as ações da ALIE. Afinal, se todo mundo é fodido, e todo mundo faz merda, e todo mundo é vilão… não é melhor jogar uma bomba e explodir todo mundo?
não é melhor cortar essas emoções/sentimentos que fazem as pessoas fazerem merda?
3 thoughts on “Para entender The 100 – Episódio s03e04 – Watch The Thrones”